Há uns meses atrás fui assistir um showzinho num bar tradicional em Porto Alegre, e ao cantar uma música de Geraldo Vandré – Caminhando (Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores), o cantor disse algo como: “essa música é do tempo em que protestávamos pelos nossos direitos, lutávamos pelo que achávamos correto”, e completou “essa juventude de hoje que não luta, deixa tudo como está e não se preocupa com o rumo que as coisas estão tomando”.
O barzinho que estava cheio de vanguardistas aplaudiu o cantor concordando com o que ele estava falando. Acredito que eu era a mais nova lá dentro, concordei plenamente com o que foi dito, e senti, de alguma forma, vergonha pela minha geração.
Não sou nenhuma ativista e tampouco entendida de política, mas realmente acho que encontramos um lugar de conforto e nada faz a gente sair dele. O movimento dos “caras-pintadas” aconteceu por denúncias de corrupção no Governo Collor e quase provocou um impeachment, não fosse ele ter renunciado.
É só comparar com o que estamos vivendo atualmente, estamos vendo o mensalão, que convenhamos, todos sabemos como vai terminar; os milhões de reais sendo investidos na Copa enquanto a educação tem cada vez menos investimentos; nossos professores estão esquecidos, enquanto os políticos votam no aumento do próprio salário.
E infelizmente, alguém vai fazer alguma coisa? Todos sabem o poder que temos nas mãos, mas achamos melhor continuar nas redes sociais reclamando do tempo, falando da Carminha e tentando criticar a política.
KEEP CALM AND VAI BRASIL!